Temporada de Pavilhões, Londres verão 2008
Serpentine Gallery Pavillion, Frank O. Gehry
Maison Tropicale, Jean Prouvé, na Tate Modern
Observatory, Air-Port-City, Tomas Saraceno, na Hayward Gallery
"E o que é um pavilhão?
Usualmente com dimensões físicas reduzidas e tempo de utilização curto, projectam uma outra dimensão temporal e experiencial, o pavilhão é um espaço-tempo de excepção, uma fuga da realidade, uma para-arquitectura. Os pavilhões condensam no tempo a concepção, a construção e a duração da sua visita e existência. Proporcionam experiências físicas e sensoriais intensas aos visitantes: seja visual, acústica, térmica ou climatérica, existindo uma atmosfera de intimidade e de descoberta na visita a um pavilhão. Usualmente peças únicas, com linguagem autoral, não têm programas complexos e desenvolvem temas como a protecção interior, a luz/sombra, a relação com o ar livre, o percurso de ligação ao exterior, explorando a experiência da visita e a fisicalidade do visitante. A sua particularidade lúdica e semi-pública difere de outras pequenas construções, como a cabana de abrigo ou o módulo residencial replicável. A questão sensorial e simbólica é extremada, e a responsabilidade social de um pavilhão muito reduzida. Podem ser pavilhões de jardim, pavilhões de chá, pavilhões de exposição ou de feira, descomprometidos e vocacionados para a dimensão lúdica ora explorados como “laboratório de experimentação” espacial ou de soluções técnicas; ora são ensaios simbólicos, ora são ainda oportunidade de início de carreira ou reconstruídos como memorial de consagração da própria obra, como no caso do pavilhão de Barcelona de Mies van der Rohe, ou ainda um reaparecimento celebratório, como o Cabanon de Le Corbusier reproduzido pela Cassina."
Inês Moreira, perspectiva actual na artecapital.net